Mensagens do blog por Instituto Avisa Lá
Enquanto o mundo espera a vacina para o covid-19, é preciso lembrar que este é um tema fundamental de saúde, que deve ser lembrado sempre, para além do momento pandêmico em que estamos vivendo.
Como dita o primeiro parágrafo do artigo 14, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a vacinação é obrigatória nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias.
A vacinação atualizada é condição para a matrícula das crianças nas escolas, pois é fator de proteção individual e também de toda a comunidade escolar. Embora seja condição, ela não é excludente. Mesmo sem a vacina, a matrícula deve acontecer, mas essa precisa ser providenciada e acompanhada.
Pais que não vacinam seus filhos podem ser multados e até perder a guarda da criança. Por isso, é importante que a escola, como promotora de saúde, compartilhando os cuidados e a educação das crianças pequenas com as famílias, possa auxiliá-los nessa tarefa.
As vacinas protegem as crianças de doenças, que podem deixar sequelas graves e até levá-las à morte. Elas ajudam o nosso corpo na criação de uma “memória imunológica”. São produzidas a partir dos próprios vírus ou da bactéria causadores das doenças. Graças à ciência, aos cientistas e às pesquisas, foi possível transformar vírus e bactérias mortos, enfraquecidos ou apenas alguns de seus fragmentos em um agente poderoso, que entra no nosso corpo e estimula que o sistema imunológico seja ativado, para criar defesas contra essas doenças.
A vacina cria uma espécie de escudo. Podemos até ser atingidos pelos vírus, mas o escudo não permite adoeçamos ou não gravemente.
Algumas vacinas exigem mais de uma dose; outras, que sejam renovadas com o tempo. O corpo vai perdendo a memória imunológica e precisamos reativá-la por meio de uma nova dose.
Todas as vacinas são importantes. E conseguimos até erradicar algumas doenças por causa delas, como a paralisia infantil (poliomielite), o sarampo, a difteria e a rubéola. Porém, se as crianças não as tomarem, essas doenças podem voltar, pois é preciso que a maior parte da população seja vacinada para quetodos sejam imunizados e possamos acabar com a circulação do vírus, protegendo não só os que foram vacinados, mas também aqueles que não podem tomar vacina por algum motivo de saúde preexistente.
No momento atual, para o retorno das atividades escolares, é fundamental que as crianças e os adultos tenham tomado a vacina da gripe, para o diagnóstico diferencial da COVID-19.
Como a escola pode apoiar a vacinação?
- Guardando, na documentação individual do acompanhamento de saúde da criança, uma cópia da carteira de vacinação. Famílias de risco ou com comprometimento de saúde mental podem perder datas e mesmo o documento. Ter a cópia pode ser a ajuda necessária para que elas possam se organizar.
- Oferecendo informações atualizadas às famílias sobre a importância das vacinas e prestando esclarecimentos sobre como são produzidas, como funcionam no organismo e as possíveis reações que elas podem provocar.
- Comunicando as campanhas e o calendário de vacinação, conforme a idade das crianças, por meio de cartazes, folders e mensagens de whatsapp.
- Estabelecendo uma parceria com a UBS para o controle da carteira de vacinação e encaminhamento das crianças que precisam ser vacinadas.
- Registrando, em uma planilha de acompanhamento, lembretes automáticos de crianças em época de vacinação.
- Usando sucata, as crianças pequenas podem inventar uma seringa de brinquedo e vacinar bonecos e bichos de pelúcia. Proponha essa brincadeira sobretudo quando as datas de vacinação estiverem próximas.
- Identifique se as crianças têm algum animal de estimação. Se tiverem, converse com elas sobre a vacinação dos bichos, incentive a família a levá-las junto quando for vaciná-los e a fazerem perguntas ao veterinário ou vacinador para saber mais . Ou ainda traga algum veterinário para ser entrevistado pelas crianças.8º Monte com as crianças um calendário e convide-as a marcar com desenhos datas importantes, como aniversários, o início das estações do ano e os dias em que deverão tomar vacinas. Elas podem levar esse calendário para casa e estimuladas a acompanhar e participar da agenda de vacinação. Para incentivá-las ainda mais a cuidarem de si mesmas, você também pode convidá-las a medir e anotar no calendário o quanto cresceram mês a mês.
Para saber mais:
Em 2007, houve um teste de um programa de computador que pudesse realizar esse processo automaticamente. A EMEI "Professor Antônio Branco Lefèvre" foi a unidade que se voluntariou para usar o programa e colaborar com seu aperfeiçoamento.
Leia a pesquisa: Pesquisa da área de enfermagem: Controle de vacinação de crianças matriculadas em escolas municipais da cidade de São Paulo
Informações para a famílias e materiais disponíveis
Não dê ouvidos aos grupos antivacina!
A ação de grupos antivacina é um dos fatores que estão impactando negativamente campanhas de imunização em todo o mundo. No Brasil, por exemplo, em 2019, o país não conseguiu bater a meta de vacinar 95% do público-alvo em nenhuma das 15 vacinas do calendário anual. Foi a primeira vez, em 25 anos, que isso aconteceu.
Por conta disso, doenças que já estavam praticamente erradicadas por aqui, como o sarampo, estão voltando com força, fazendo um grande número de vítimas fatais. O país alcançou o 5° lugar no ranking mundial de casos da doença em 2019.
Leia mais aqui:
Equipe Avisa Lá – Caminhos do Cuidar